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#55 | JULHO 2011
NUNO CARRANCHO
Director Financeiro da Schindler Portugal
"O investimento efectuado na eficiência energética tem tido um elevado contributo nos resultados da empresa"

De acordo com a informação veiculada e apesar da conjuntura difícil, o Grupo Schindler – fabricante de elevadores e escadas rolantes – melhorou o seu desempenho em 2010 e, já no primeiro trimestre de 2011, a empresa reportou um aumento de 6,7% nas encomendas recebidas nas moedas locais relativamente ao período homólogo de 2010. Um contexto de crise, nomeadamente no sector imobiliário, não se tem reflectido negativamente no número de encomendas recebidas? E em Portugal, pode ser apontado um resultado semelhante?
Quando se analisa o mercado à escala global temos de ter em conta que estão presentes várias conjunturas. De facto, o crescimento das encomendas, em particular de elevadores novos, está muito associado à boa performance dos mercados da Ásia/ Pacífico e Índia. A realidade portuguesa é distinta. Temos um mercado em contracção com um cenário económico bastante adverso em pano de fundo: desemprego elevado, dificuldades de acesso ao crédito. Muito dificilmente conseguiremos manter os níveis de vendas de elevadores novos de anos anteriores.

A Schindler perspectiva que o seu resultado líquido para 2011 seja ligeiramente inferior ao do ano anterior. Em que medida este cenário veio alterar a gestão financeira da empresa?
Os resultados financeiros do grupo Schindler estão negativamente afectados pela posição forte do Franco Suíço. As prioridades da gestão financeira do grupo mantêm-se focadas no desenvolvimento da estratégia conducentes aos objectivos traçados e que foram agora também reconfirmados.

Considera que a vitalidade de uma empresa pode estar associada à sua internacionalização, nomeadamente, nos mercados emergentes?
Na actividade da Schindler, a presença nos mercados emergentes é um factor chave para o crescimento e para a potenciação dos resultados. Têm um peso de tal forma importante que é impensável para uma companhia multinacional, que pretende manter uma posição de liderança estar fora destas zonas.

Em que medida o investimento em investigação e desenvolvimento, nomeadamente em busca de melhores resultados de eficiência energética e sustentabilidade, tem contribuído para os bons resultados da empresa?
O investimento efectuado na eficiência energética tem tido, seguramente, um elevado contributo nos resultados da empresa. A Schindler tem disponibilizado soluções que permitem uma acrescida optimização energética, bem como novos produtos com menor impacto ambiental. Estas soluções permitem que hoje se encare com bastante confiança os desafios da sustentabilidade. Se tivermos em conta que é um factor de exigência crescente dos nossos clientes e que toda a indústria se está a mover neste sentido, não estar à altura deste desafio significaria ficar fora do mercado em pouco tempo.

Uma das tarefas da área financeira e do seu director é a gestão da informação interna e externa. A precisão e a rapidez na informação de contexto prestada, enquanto suporte à decisão, constituem um vector de sucesso numa organização?
Sem dúvida. Particularmente nos tempos turbulentos que vivemos. As sucessivas mudanças de cenário vividas pelas empresas a operar em Portugal obrigam a uma contextualização permanente, de forma a garantir decisões de gestão atempadas.

No contexto actual, pensa que é dada maior atenção à meta de redução de custos e gestão de liquidez, ou, pelo contrário, é na construção de uma visão estratégica de apoio à decisão do CEO de uma organização que se concentra a actividade financeira?
No contexto actual, é requerido um esforço suplementar sobre as vertentes da redução de custos e gestão de liquidez. Eu diria até gestão de risco. Creio que serão factores de importância crescente em muitas organizações a operar em Portugal. Naturalmente que não se pode perder o enquadramento estratégico e alinhar as acções dentro desse âmbito.

Uma das conclusões “portuguesas” do estudo Edelman Trust Barometer dá conta que, entre os principais factores de reputação das empresas, encontram-se uma política de verdade e transparência (92%), e o ser socialmente responsável (82%). Em que medida o Director Financeiro pode contribuir para esta “boa imagem”?
Para o Director Financeiro os temas da verdade e transparência são particularmente próximos. Dados os crescentes requisitos de report e compliance, o Director Financeiro está frequentemente exposto a este temática, tendo assim a responsabilidade e o dever de assegurar esses bons princípios. Ao mesmo tempo e acompanhando muito de perto a performance da empresa, não pode deixar de assegurar a participação activa na comunidade em que se insere, devolvendo parte do seu sucesso a essa mesma comunidade.

Que desafios antevê ao futuro da gestão financeira de uma empresa com as características da Schindler, presente nos cinco continentes?
Há um desafio fundamental de protecção do valor da empresa num cenário internacional muito diversificado, procurando o balanço correcto dos riscos e oportunidades que os vários mercados oferecem.
O desafio da eficiência organizacional será outro tema que a gestão financeira deverá dedicar particular atenção, de forma a apoiar a definição de uma estratégia que assegure a competitividade da empresa no médio prazo.

Biografia
Nuno Carrancho é Director Financeiro Schindler Portugal.

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