A carreira dos vossos profissionais está associada à figura de um Mentor um profissional mais experiente que o acompanhará, apoiará e que guiará o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Esta prática permite partilhar responsabilidades na área de Recursos Humanos, assumindo-se a valorização do capital humano enquanto prioridade transversal a todas as actividades da organização?
A everis é uma empresa prestadora de serviços, pelo que a captação e retenção dos melhores talentos é fundamental para a qualidade e sustentabilidade do negócio, daí que a valorização do capital humano seja uma prioridade transversal a todas as actividades da organização. A figura do Mentor, o espírito de equipa e colaboração, ou a transparência na forma como a informação é partilhada são bons exemplos disso.
Que balanço faz desta prática?
Acreditamos que a prática de Mentoring é um dos factores-chave para o nosso sucesso e respectivo reconhecimento que temos vindo a obter de forma consistente e consecutiva.
A everis é a terceira Melhor Empresa para Trabalhar em Portugal, a par dos galardões de Melhor Consultora e Melhor Empresa para Executivos atribuídos pelo Great Place to Work Institute , em 2011. Tendo em conta que a empresa tem marcado presença neste ranking nos últimos anos, que postura de actuação entende que tem sido merecedora de tais reconhecimentos?
Mais do que uma prática individualizada, acreditamos que é o conjunto, a forma séria e profissional como encaramos as práticas conducentes a um ambiente de trabalho excelente que nos levam a ser considerados como uma das melhores empresas para trabalhar. Não deixaria no entanto de reforçar, mais uma vez, o papel importante da figura do Mentor no acompanhamento e desenvolvimento de carreira de cada colaborador, bem como a forte componente de ética e transparência nas decisões que incentivamos e que praticamos, como pontos relevantes.
O pódio do Great Place to Work é ocupado pelo sector das tecnologias. Encara este dado como sinónimo de atractividade do sector?
Este é um sector extremamente dinâmico e com uma forte componente de inovação, e que procura constantemente atrair e reter os melhores profissionais através da criação e implementação de práticas de excelência a nível de recursos humanos. O facto do pódio do
Great Place to Work ser ocupado pelo sector acaba por ser o reconhecimento deste esforço e destas boas práticas.
A um responsável de RH é atribuída a gestão do capital humano. Assumindo este capital um papel decisivo enquanto stakeholder da empresa, nomeadamente enquanto garante da sua sustentabilidade, é atribuído ao responsável de RH um acréscimo de responsabilidade?
Na everis não existe a figura de director de recursos humanos, pois acreditamos que esta é uma responsabilidade/prioridade de todos os Partners e Managers da companhia, enquanto mentores e chefes de projecto. Existe sim a posição de responsável de People, que é o departamento responsável pela definição dos modelos de carreiras, atribuição de benefícios, criação das tabelas salariais, entre outros, e que assegura que todos os colaboradores da companhia, quer estejam baseados em Portugal ou nos Estado Unidos, tenham as mesmas possibilidades de progressão na carreira, formação, etc.
A everis Corporate University é sinónimo de formação na vossa empresa. Esta aposta na formação promovida a nível interno é representativa da importância dada à formação na everis? Qual o retorno do investimento efectuado?
Na everis fazemos um investimento muito grande nesta área, inclusivamente, e enquanto entidade formadora, temos a qualidade da nossa formação acreditada pela DGERT. A formação é uma constante para os profissionais que ingressam na everis e é fundamental para o desenvolvimento do seu talento e conhecimento, pelo que cada colaborador tem definido um plano de formação à medida que visa ajudar a desenvolver um conjunto de capacidades necessárias ao seu nível de responsabilidade. São dadas formações presenciais (técnicas, comportamentais e de carreira), assim como workshops, certificações e pós-graduações.
Acredita que fomentar o empreendedorismo junto dos talentos da organização é também uma forma dos colaboradores se sentirem proprietários da companhia?
Fomentar o empreendedorismo junto dos colaboradores é, sem dúvida, uma forma de os fazer sentir a companhia como sua. Actualmente, é um factor diferencial a everis possibilitar aos seus colaboradores não só o desenvolvimento do seu talento e do seu potencial, como a vantagem adicional, através da everis initiatives, poderem propor e lançar o seu negócio em conjunto com uma companhia sólida, inovadora e em crescimento.
O CEO da everis, António Brandão de Vasconcelos, sublinhou que a empresa tem a clara noção do potencial impacto que as equipas motivadas e empenhadas podem ter no desempenho global da organização. Na sua opinião, quais são actualmente as melhores formas de motivar os colaboradores?
Reforçar a aposta no modelo que é o nosso, com o objectivo de garantir que as pessoas se sentem valorizadas e motivadas para ultrapassarem a situação actual e encararem a visão do futuro com uma perspectiva mais positiva.
A everis participou noutros barómetros, nomeadamente, os Prémios Excelência no Trabalho, numa iniciativa da Heidrick & Struggles, do ISCTE Business School e do Económico, classificando-se em 2º lugar no Top 5 (categoria de média empresa). Encara que é mais fácil a uma multinacional implementar práticas de excelência na gestão de RH?
Não necessariamente... Provavelmente o que acontece é que as empresas multinacionais já despertaram para a importância deste tema há mais tempo e tratam-no como uma prioridade, e como tal, têm um grau mais elevado de qualidade e sofisticação na gestão das suas pessoas.
Acredito que as empresas nacionais, uma vez definindo a satisfação e desenvolvimento dos seus colaboradores como uma prioridade, têm todo o potencial para o fazer da melhor forma e com a vantagem acrescida de não terem de partir do zero, podendo aproveitar e melhorar práticas que há muito têm vindo a ser implementadas e divulgadas pelas multinacionais.
Numa altura em que o país atravessa um período de crise económica, cujas consequências estão patentes nos números do desemprego, a APESPE Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego defendeu, recentemente, que a solução do problema das empresas passa pelo trabalho temporário. Concorda com esta visão de que a flexibilidade proporcionada pelo trabalho temporário pode ser uma alternativa a seguir pelas empresas?
Há trabalho temporário e trabalho temporário
Não acredito que o emprego precário vá ajudar as pessoas e as empresas a ultrapassarem este período de crise. Acredito sim que as empresas devem fazer um levantamento dos serviços que devem ser assegurados a nível interno (porque são fundamentais para o seu negócio) e daqueles serviços em que vão obter vantagem que seja feito por uma entidade externa, que assegure a qualidade, formação e remuneração justa dos recursos envolvidos, bem como, obviamente, do serviço prestado, assegurando a continuidade, qualidade e crescimento do seu negócio.