Qual o papel que o DSI tem numa organização como a Quinta da Aveleda?
Na Aveleda o Departamento de Sistemas de Informação e Comunicação está integrado na Direcção de Informação e Qualidade. Esta direcção tem por missão assegurar a qualidade da informação e dos processos na Aveleda e o ambiente de controlo da empresa, sendo responsável por assegurar e coordenar todas as funções de Controlo de Gestão, Sistemas de Informação, Qualidade e Contabilidade. O Departamento de Sistemas de Informação e Comunicação tem um papel decisivo na sistematização da informação e na sua partilha por todas as áreas da empresa, sendo responsável pela arquitectura do Sistema de Gestão Integrado da Aveleda e pelo modelo de gestão orientado a uma cultura de performance e certificado de acordo com as melhores práticas internacionais.
Um estudo do IDC afirma que, em 2010 haverá uma quebra de investimento no sector das TI. Como encara estas perspectivas?
O impacto significativo da crise financeira ao longo de toda a cadeia de valor exige dos decisores na área das TI uma nova forma de encarar o seu alinhamento com o modelo de negócio e a procura de alternativas com vista a minimizar os custos sem afectar a qualidade da informação e a qualidade dos serviços prestados. Penso que o modelo de “Cloud Services” irá contribuir decididamente para a mudança de paradigmas e para a transformação de necessidades de investimento elevadas em orçamentos de exploração previsíveis e dimensionados de acordo com as necessidades reais das empresas.
Quais os desafios que a crise financeira trouxe à área de TI?
A área de TI tem de procurar de forma sistematizada oferecer serviços de maior valor acrescentado mas com controlo ou mesmo redução da estrutura de custos de exploração e investimento. Há uma tendência clara de transformação de custos de investimento em custos de exploração, e daí todo o sector de TI irá repensar o seu modelo de negócio ao longo dos próximos anos. Mas as empresas que não se apressarem neste processo de mudança poderão não sobreviver.
Quais são os principais desafios e obstáculos que um DSI tem neste momento?
O DSI tem de lidar com uma crescente necessidade de exploração da informação em múltiplas perspectivas, tais como, auditoria e fiscalidade, cenários de rentabilidade e custeio, monitorização da produtividade e processos, colaboração, entre outros, num processo de gestão da mudança permanente do triângulo – Pessoas, Processos e Sistemas. Existe também uma grande pressão para o acesso transparente à informação e para a exploração e monitorização das ferramentas de colaboração e produtividade. Destacaria também a necessidade de optimização de recursos, redução de custos e conformidade com as obrigações legais (certificação dos sistemas de facturação e outros, SAFT, etc.).
Quais as perspectivas de crescimento dos sistemas de informação dentro da área de negócio da Quinta da Aveleda?
Pretendemos que o DSI aprofunde o seu papel na sistematização e desenvolvimento do sistema de gestão integrado, recorrendo a ferramentas e metodologias que promovam o alinhamento das Pessoas, dos Processos e dos Sistemas da Aveleda. Penso que a melhoria dos processos (sistematização, melhores práticas, B2B e CRM) contribuirá para a sustentabilidade da empresa, nomeadamente ao nível dos rácios de eficiência e eficácia de todo o modelo de gestão. As transformações introduzidas ao longo dos últimos anos na Aveleda ao nível da rede de telefonia IP e comunicações unificadas, do sistema ERP Microsoft Dynamics e das plataformas Web de colaboração permitirão aumentar o grau de digitalização da empresa ao longo dos próximos anos integrando novos objectos de negócio.
Quais as principais tendências esperadas para 2010/2011?
As principais tendências para os próximos três anos estarão na adopção crescente de modelos de “Cloud Services” e na adopção de metodologias e ferramentas que contribuam para o alinhamento do triângulo fundamental de qualquer empresa – as Pessoas, os Processos e os Sistemas. Ao nível das ferramentas haverá uma maior procura por parte das empresas de ferramentas de sistematização de Análises Económicas e Financeiras, segmentação e análise de clusters de clientes ou outras entidades, ferramentas de previsão e orçamentação e benchmark. Penso que, vamos assistir à sofisticação das ferramentas que facilitem a exploração da informação por cenários de rentabilidade e custeio e identificação de padrões. As redes sociais continuarão a merecer a atenção e estudo por parte do mercado empresarial.
Biografia
José Ferreira é Director de Informação e Qualidade e membro da Comissão Executiva do Grupo Aveleda. Licenciado em Engenharia de Sistemas pela Universidade do Minho, tem um MBA Executivo em Gestão de Empresas pela Universidade do Porto e um Mini-MBA pela Universidade Católica. Frequentou um Curso Avançado de Gestão dos Sistemas de Informação pela Universidade Católica e uma Pós-Graduação e Certificação em Redes e Engenharia de Sistemas. Foi Director de Informação e Controlo de Gestão, Enquanto Director de Sistemas de Informação do Grupo Aveleda tendo sido responsável por vários projectos nas áreas de Sistemas de Informação, Planeamento e Controlo de Gestão (Balanced Scorecard), Qualidade e Contabilidade. Exerceu as funções de Chefe e Director do Departamento de Informática da Aveleda. Pertenceu aos quadros da ICL na Direcção de Serviços em projectos nacionais e internacionais. Colaborou com o centro de comunicações empresariais do INESC. Exerceu funções de Formador no INESC/FUNDETEC e SPGI.