Qual é a composição da frota do Grupo Edifer e qual a sua tipologia?
Com coordenação central, a frota de veículos do Grupo Edifer está distribuída por 12 empresas do Grupo, sendo composta por cerca de 400 viaturas, das quais 360 viaturas são ligeiras e as restantes 40 são viaturas pesadas. Contamos na nossa frota com vários segmentos de veículos, desde camiões de transporte de máquinas de 40 toneladas, transporte de mercadorias, derivados de carga, todo-o-terreno e veículos de passageiros.
Entre as viaturas que compõem o vosso parque automóvel optaram pela aquisição directa ou por contratos de locação?
Desde há uma década para cá, a Edifer opta maioritariamente pela contratação de viaturas em regime de Aluguer Operacional, tendo sido um dos primeiros grupos do sector da construção a optar por este tipo de locação. Actualmente, o regime de Aluguer Operacional tem uma quota interna de cerca de 90% do parque automóvel, estando os restantes 10% divididos entre viaturas ligeiras e viaturas pesadas próprias.
As tecnologias associadas à gestão de frotas são entendidas enquanto uma mais-valia ao serviço do gestor. Sente que o recurso a software de gestão de frotas e de localização de veículos pode acrescentar valor à sua frota?
Relativamente à gestão de frota, sem dúvida que acrescenta valor. Quanto à localização de veículos, numa actividade como a da construção, fortemente deslocalizada e com veículos alocados a tempo inteiro a cada projecto, e tendo em consideração a actual segmentação de viaturas existentes no Grupo, em meu entender é ainda dispensável.
Acompanhando a exigência crescente do nosso sector de actividade, é para nós indispensável o permanente controlo de custos associados a cada viatura, pois só assim conseguimos perceber o custo total de cada veículo e antever qual a melhor opção a tomar para as diversas situações que nos ocorrem no dia-a-dia, bem como qual a melhor opção em termos de locação futura a realizar. Não sendo a gestão de viaturas o “core business” da Edifer, há que tentar optimizar os veículos como verdadeiras ferramentas de trabalho, para que os nossos profissionais e as nossas empresas sejam cada vez mais competitivos.
A mobilidade dos colaboradores no exercício da sua actividade representa um custo avultado na factura com os combustíveis. A gestão eficiente de recursos afectos à gestão de frotas e do combustível, em particular, tem sido assim uma preocupação vossa?
Como entende, o Grupo Edifer tem a sua actividade dispersa por todo o país, situação que traz um custo acrescido na factura de combustíveis, sendo esta, cada vez mais, uma preocupação de gestão do Grupo, não só numa óptica de custo, mas também numa óptica ambiental. Têm sido por nós desenvolvidas várias acções no sentido da sensibilização dos colaboradores, bem como da optimização de recursos para minimização do consumo de combustível associado a viaturas, pois este é uma das grandes parcelas no custo total da frota (cerca de 35 %).
Por outro lado, e tendo o Grupo Edifer empresas Certificadas Ambientalmente, é para nós também uma preocupação o consumo excessivo de combustível, bem como a emissão nociva de gases para a atmosfera.
No âmbito da preocupação pela Segurança e Ambiente, é ainda habitual os Técnicos da Direcção de Equipamento disponibilizarem-se para campanhas internas de sensibilização e rastreio das condições dos veículos particulares dos nossos colegas, estimulando-se, desta forma, todos os colaboradores a adoptarem práticas sustentáveis de poupança económica e redução do impacte ambiental.
A adopção de cartões de frota pode ser uma importante ferramenta nessa tarefa de reduzir a maior despesa corrente da frota de uma empresa?
É sem dúvida uma ferramenta importante, pois só assim conseguimos de uma forma simples, eficaz e em tempo útil, analisar todos os dados relativos ao consumo de combustível, bem como identificar e implementar acções para reduzir ao máximo o seu consumo.
De acordo com a última edição do Corporate Vehicle Observatory – promovido pela ARVAL –, 75% das empresas portuguesas manifestam vontade de incluir “veículos verdes” nas suas frotas, nos próximos três anos. A introdução de veículos mais amigos do ambiente é uma preocupação vossa?
Já de alguns anos para cá, é vontade do Grupo Edifer incluir na sua frota veículos “amigos do ambiente”. Contudo e devido à falta de incentivos existentes no nosso país para este tipo de viaturas, bem como a actual existência de um mercado de usados bastante diminuto, no que concerne a este tipo de veículos, faz com que a locação operacional de viaturas não seja ainda minimamente competitiva, sendo que, até à data, a inclusão de viaturas amigas do ambiente na nossa frota não foi, para o Grupo Edifer, uma realidade.
Anualmente é lançado pelo Grupo um concurso para a contratação de viaturas, sendo um factor importante de decisão a inclusão de viaturas amigas do ambiente, bem como a avaliação de emissões CO2 em cada tipo/segmento de viatura. Cada vez mais, com o passar do tempo, os dois factores anteriormente referenciados vão sendo minimizados, fazendo com que a inclusão de viaturas amigas do ambiente no Grupo se torne cada vez mais uma realidade.
Há ainda questões logísticas de abastecimento que estão em fase embrionária de desenvolvimento, o que para as características da nossa actividade também dificulta a opção. Estamos, contudo, convictos de que os investimentos que se estão a fazer na país, no curto-médio prazo, permitirão incorporarmos estes veículos em parte da nossa frota.
A adopção de uma política de frota mais contida terá também que passar por uma sensibilização do utilizador das viaturas?
Sem dúvida. Estando as parcelas de custo variável da gestão de frota nas “mãos” do utilizador, somente com acções de formação e sensibilização, junto destes, conseguimos uma política mais contida no que concerne a custos com viaturas. Actualmente, cada vez mais, são maiores as exigências das locadoras quanto ao estado e utilização de viaturas, sendo o uso adequado e correcto das mesmas um dos factores mais importantes no que concerne à contenção na gestão de frota. A título de exemplo, numa das últimas análises por tipo de viatura, avaliámos a dispersão dos consumos, que nalguns casos é muito significativa: para o mesmo carro os condutores prudentes chegaram a consumir em média menos três litros de combustível em cada 100 km. Faz diferença.
O cenário de crise económica acabou por se reflectir na área da gestão de frotas, traduzindo-se em medidas que passam essencialmente pelo prolongamento e renegociação dos contratos ou pela contenção de custos, nomeadamente com o combustível. No vosso caso em particular e tendo em conta a vossa área de negócio – a construção –, a crise económica afectou directamente a gestão de frotas?
O sector da construção foi um dos sectores onde a actual crise económica mais se fez sentir, afectando assim o desempenho de todas as empresas cuja actividade principal é a construção. Alinhado com o mercado, o Grupo Edifer tomou algumas medidas para que o seu negócio continue competitivo, focalizando algumas destas no sector de gestão de frota. Foram assim por nós desenvolvidas novas políticas de atribuição de viaturas (forma e modelo de atribuição), realizadas renegociações e prolongamento de contratos de viaturas junto das locadoras, bem como, estabelecidas novas regras de utilização de combustíveis e portagens.
Quais os desafios que se vislumbram nos próximos anos à actividade de gestão de frotas?
Cada vez mais, é um desafio para a gestão de frota ser um sector dentro da organização com um custo diminuto e crescente competitividade, e é esse o nosso principal desafio, enquanto área directamente incorporada na cadeia de valor da construção. Assim, o gestor de frota deverá ter sempre como desafio tentar optimizar e criar novas soluções para fazer face às novas realidades. As questões ambientais, a introdução do veículo eléctrico, as novas soluções ou tecnologias de redução dos consumos de combustível e, naturalmente, a menor disponibilidade de recursos financeiros das empresas irão, com certeza, introduzir mudanças no curto prazo.
Por outro lado, podemos dizer que a Locação Operacional de Viaturas encontra-se já na sua fase madura, sendo que é previsível a apresentação, a curto prazo, por parte das locadoras, de novos e inovadores modelos de negócio para fazer face às futuras realidades.