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#168 | AGOSTO 2009
MIGUEL VIEIRA
Director Comercial&Partner Consultor Elite International Careers
"Bancos angolanos querem recrutar os melhores"

O sector financeiro angolano está em pleno crescimento, nomeadamente na aquisição de competências e talentos. Como refere Miguel Vieira, da Elite International Careers, o sector “tem apostado nos quadros angolanos – tanto os locais como os da diáspora, tendo uma visão que inclui não só o recrutamento dos mesmos, como igualmente a retenção de potenciais e actuais bons profissionais”. Fundamental para a diversificação da economia africana, a banca está a criar o seu próprio capital humano e, “à medida que os recursos humanos vêm ganhando a sua importância no seio das empresas, sejam elas de pequena, média ou grande dimensão, o processo de recrutamento ganha maior complexidade. Hoje não basta recrutar, há que recrutar os melhores”.

O desenvolvimento do sector bancário em Angola é um dos factores fundamentais à própria diversificação da economia, reduzindo a dependência do sector energético. Como é que a crise está a afectar a banca angolana?
Actualmente, em que “crise” e “desemprego” são as palavras de ordem a nível mundial, Angola vive uma prosperidade ímpar, sendo capaz de apostar noutros sectores para além do energético, que, embora seja ainda o sector principal, coexiste com a construção, prestação de serviços, telecomunicações e banca. A banca angolana caracteriza-se pela estabilidade e progresso, que se traduz na chegada de novas instituições ao país, abertura de vários balcões, expansão dos mesmos pelas restantes províncias e igualmente pela real necessidade de quadros para acompanhar este rápido crescimento.

E do ponto de vista dos recursos humanos?
O investimento no capital humano está em marcha, quer através de estratégias de recrutamento bem delineadas, quer através de acções de formação contínua dos actuais trabalhadores. A título de exemplo, entre a nossa carteira de clientes, as instituições financeiras a operar em Angola planeiam abrir mais de 100 sucursais durante 2009-2010 e recrutar mais de 300 profissionais por ano durante os próximos 3 anos. Refira-se que hoje se acentua a penetração de vários bancos especializados em banca de investimento, no âmbito dos grandes projectos que o nosso país tem por realizar.

Que profissionais são procurados pelos bancos angolanos?
No que toca ao recrutamento, podemos afirmar que presenciamos uma angolanização do sector bancário, tendo os quadros nacionais prioridade para as posições disponíveis, em relação a quadros de outras proveniências. Esta tendência verifica-se tanto para perfis bancários (Finanças/Contabilidade/Economia) como para perfis não-bancários (Informática/Recursos Humanos/Marketing/Administração). Depois, a procura abrange profissionais para todos os níveis hierárquicos, comungando de características como o espírito de equipa, capacidade de análise, organização, adaptação e mobilidade. Factores como experiência e conhecimentos da língua inglesa são mais-valias no processo de selecção, ainda que meramente preferenciais.

E podemos diferenciar os vários segmentos da banca?
No que se refere à banca de retalho, e tendo por base os dados compilados por ocasião do Forum Elite Angolan Careers –, que realizámos há dois meses –, cerca de 59% dos perfis procurados pelos nossos clientes da banca são de áreas como Finanças, Economia, Contabilidade, Gestão, Auditoria e Crédito. Os restantes 41% dividem-se pela Informática (15%), Recursos Humanos (9%), Marketing (3%) e Outros (que incluem engenharias, áreas técnicas, segurança, manutenção e armazém) (14%). Já a banca de investimento tem uma necessidade mais específica, privilegiando os quadros seniores, mas sempre com prioridade para quem possua nacionalidade angolana. É obvio que cada instituição bancaria é um mundo diferente quanto às suas necessidades, mas os candidatos mais procurados são aqueles com experiência em Private Equity, Finanças Corporativas, Estruturação Financeira, Risco Operacional, Compliance, entre outros.

E como se caracteriza a política de incentivos na atracção de talentos?
À medida que os recursos humanos vêm ganhando a sua importância no seio das empresas, independentemente da sua dimensão, o processo de recrutamento ganha maior complexidade. Hoje não basta recrutar – há que recrutar os melhores. As instituições bancárias em Angola apresentam propostas cada vez mais ‘agressivas’, revelam uma atitude proactiva e concedem incentivos aos seus trabalhadores. A crescente concorrência entre os vários operadores traduz-se no desenvolvimento de estratégias activas e concretas de aquisição e retenção de quadros. No recrutamento destacam-se os pacotes de benefícios que complementam os salários oferecidos, bem como ajudas na concessão de créditos (pessoal, imobiliário, automóvel, etc.).
Na retenção de quadros, a formação desempenha um papel primordial. Existem já várias opções no mercado, desde formações técnico-profissionais até cursos superiores, que se revelam uma solução “win-win” para os trabalhadores e igualmente para os empregadores. Os primeiros sentem-se valorizados ao adquirir novos conhecimentos e competências que serão, por sua vez, aplicados nos seus locais de trabalho, contribuindo para um aperfeiçoamento da sua actividade profissional. Desta forma, as instituições mantêm os seus trabalhadores, não os “deixando escapar” para os concorrentes directos e verificam uma melhoria nos serviços e atendimento que prestam. É de destacar a actuação e a procura dos cursos do IFBA (Instituto de Formação Bancária de Angola), que têm vindo a preparar tanto jovens que pretendem ingressar no sector bancário, como trabalhadores experientes que adquirem nesta instituição ferramentas que facilitam o seu trabalho diário.

Biografia
Miguel Ângelo Vieira exerce desde Janeiro de 2009 as funções de Business Development Director & Principal Consultant da Elite International Careers – Angola. Anteriormente, foi entre Agosto de 2006 e Julho de 2008 Business Development Manager na Global Career Company, Delegado de Vendas Executivo na Marcus Evans, em Barcelona (Novembro de 2005 a Agosto de 2006) e Executivo Internacional de Vendas na ASAP Worldwide. Do ponto de vista académico, Miguel Vieira tem um MBA pela Universitat Pompeu Fabra, Barcelona (2004 a 2006).

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