Nos últimos tempos, como tem evoluído a ligação entre as universidades e as empresas?
As universidades e as empresas têm vindo a aproximar-se. No entanto, creio que há ainda um longo caminho a percorrer. Por um lado, as empresas precisam das universidades porque geram conhecimento. Por outro lado, as instituições académicas precisam das organizações para pôr em prática a investigação que desenvolvem. A experiência e a ciência devem ir de mãos dadas. Se assim não for, corremos o risco de não progredir cientificamente e de não contribuir para o aumento da riqueza nacional.
A Drª Altina faz parte do conselho científico do programa de gestão avançada para a banca. Fale-nos um pouco sobre os objectivos deste programa?
O principal objectivo do programa é responder às expectativas dos participantes a dois propósitos fundamentais: aprender e melhorar profissionalmente. Na medida em que estes objectivos se consigam, traduzir-se-ão inevitavelmente numa melhoria dos resultados empresariais. Neste sentido, os nossos esforços como docentes concentram-se em dar à tomada de decisões uma visão estratégica e global que possa criar valor económico e social para a entidade e para os que nela trabalham e aos seus clientes.
No seu caso, de que forma a sua experiência profissional constitui uma mais-valia para resolver algumas dúvidas que possam ser suscitadas pelos alunos?
Obviamente, a minha experiência profissional, assim como a dos restantes Professores, constitui uma mais-valia para o participante porque nos permite, não só resolver possíveis dúvidas, como apresentar diversas alternativas de solução que lhe permitam ver e analisar os problemas sob diferentes perspectivas. Além disso, a experiência internacional, tanto a minha, como a da maioria dos docentes que intervêm no Programa Avançado de Gestão para a Banca (PAGEB), é um ponto forte do nosso programa que o distingue e faz diferente.
De que forma este curso pode ajudar na criação de valor na banca?
O nosso programa ajuda à criação de valor porque contribui para potenciar as competências das pessoas, preparando-as para tomar decisões que contribuam para a obtenção dos objectivos estratégicos definidos. Toda a iniciativa que capitalize o potencial humano está a contribuir para a criação de valor.
Considera que existem formações adequadas às necessidades do mercado e dos seus profissionais?
Penso que nunca devemos estar totalmente satisfeitos e considerar que estão totalmente cobertas as necessidades do mercado porque o sector bancário está em contínua transformação, sobretudo com a actual crise financeira e económica.
As instituições deveriam apostar mais na formação dos seus colaboradores?
A convicção de que o capital humano é o maior activo de qualquer organização é considerada, em muitas ocasiões, como um mito e deveria ser uma realidade. A formação nunca deve ser vista como um custo, mas como um investimento, tanto pessoal como empresarial. Sem dúvida que é uma aposta de futuro que nenhuma empresa que pretenda ser competitiva pode relegar para um plano secundário. No entanto, é preciso ser selectivo na escolha dos cursos porque, não só devem reunir qualidade, mas também adequabilidade às necessidades da empresa.
Veja a entrevista completa na revista Interface Banca&Seguros
Biografia
Altina González é Pós-Doutorada em Banca pela Harvard Business School, Doutorada em Direcção e Administração de Empresas pelo IESE (Barcelona) e Licenciada em Gestão pela FCEE – Católica. É professora na Universidade Complutense de Madrid e docente de “Instituições Financeiras” no Programa Master de Análise Financeira da Universidade Carlos III de Madrid. É, actualmente, Administradora e Presidente da Comissão de Auditoria do Banco Caixa Geral e Administradora e membro do Comité de Auditoria e da Comissão Executiva do Grupo Empresarial San José. É ainda partner e Consultora na área de banca da AB Research, SL.