Como e porque surgiu a SAFIRA em Portugal?
A SAFIRA surge em 1997 como um projecto empresarial de três engenheiros do Instituto Superior Técnico (IST), possuindo como objectivo a prestação de serviços profissionais de tecnologias de informação em sistemas distribuídos – pretendíamos aproveitar o crescimento da Internet e das tecnologias associadas, para ganhar espaço aos sistemas de grande porte (mainframes), e afirmar os sistemas distribuídos como alternativas de classe empresarial para soluções críticas de suporte ao negócio.
Quais são os valores e missão por que se rege?
A missão da SAFIRA continua a ser a prestação de serviços profissionais de tecnologias de informação. No entanto, evoluiu muito desde a sua fundação e, actualmente, concentra a sua prestação de serviços na criação de soluções tecnológicas para resolução de problemas de negócio e optimização em diferentes áreas, desde originações, marketing, gestão de clientes, cobranças, detecção de fraudes, entre muitas outras.
Os valores têm-se mantido ao longo dos anos em torno de máximas como a Qualidade, Inovação e Credibilidade.
No seu tempo de existência, o que pode concluir relativamente ao funcionamento da SAFIRA e à importância que poderá ter junto do sector empresarial português?
Um dos maiores orgulhos profissionais que tenho é precisamente com o espaço que arduamente a SAFIRA conquistou no tecido empresarial português, em particular no sector das tecnologias de informação: a) para a maioria dos nossos clientes, estamos no top 3 dos melhores fornecedores; b) conquistámos o respeito de concorrentes de dimensão muito superior; c) somos uma referência para todos os que recrutam profissionais de tecnologias de informação; d) somos uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal.
A SAFIRA possui ainda uma dimensão pequena para influenciar o sector empresarial, mas ao nosso redor procuramos continuar a ser uma referência no que respeita a Qualidade, Inovação e Credibilidade.
A única forma do tecido empresarial português evoluir é através da inovação. Concorda? Existem motivos para nos sentirmos optimistas, com o aparecimento de empresas capazes de ombrear as melhores organizações internacionais?
Inovação e eficiência. De uma forma geral, o tecido empresarial português parece ser melhor no primeiro do que no segundo.
Concretamente no que respeita à inovação, temos tido alguns exemplos de que não somos piores que as organizações internacionais, o que me deixa optimista, mas com perfeita consciência de que ainda temos um longo caminho a percorrer, quer no que respeita a produzir mais e melhor inovação, quer na valorização e utilização da inovação feita em Portugal – já vai sendo tempo de acabarmos com a ideia de que tudo o que vem do estrangeiro é que é bom.
Há em Portugal capacidade para aumentar os índices de competitividade face à concorrência estrangeira?
Potencialmente? Sim. Algumas empresas encontraram forma de o fazer, quer em território nacional, quer no estrangeiro. A SAFIRA também o tem feito mas, de uma forma geral, acho que faltam ainda muitas coisas e há um longo caminho para todos nós.
Perante um mercado interno diminuto, a internacionalização é fundamental para a sobrevivência e viabilidade do tecido empresarial português?
Sim. Mas não é apenas porque o mercado interno é diminuto – cada vez existem menos fronteiras nos mercados; a noção de mercado interno, diminuto ou não, tenderá a desaparecer; portanto, a internacionalização tenderá a ser uma necessidade básica de obtenção da escala necessária à competição nestes mercados com fronteiras cada vez mais alargadas.
A SAFIRA já expandiu para fora de Portugal? Para onde?
A SAFIRA possui a sua sede em Oeiras e uma sucursal em Varsóvia. No entanto, já temos feito projectos um pouco por todo o mundo: EUA, Canadá, Moçambique, Angola, Roménia, França, Espanha e Macau.
Como surgiu a vossa oportunidade de internacionalização? Há mais planos nesse sentido?
A SAFIRA começou a operar em mercados internacionais para servir também a internacionalização dos seus clientes nacionais. Posteriormente, e motivados por vários factores (dos quais destaco índices de crescimento muito superiores ao nacional), abrimos uma sucursal em Varsóvia.
Actualmente, não só estamos a estudar outros mercados com o objectivo de abrir sucursais, como estamos a investir em formas de servir outros mercados a partir de Portugal e da Polónia.
Não nos restringindo apenas ao vosso core business, mas alargando à generalidade do sector empresarial português, como poderá o nosso país aumentar o seu potencial competitivo? É tudo uma questão de marketing, ou Portugal tem que apostar seriamente na qualidade?
Na qualidade dos produtos e serviços, mas também na eficiência com que são produzidos. O marketing é fundamental para desenvolver os negócios, mas não faz milagres.
Qual a estratégia de futuro da SAFIRA?
A SAFIRA pretende continuar a crescer, quer no mercado nacional, quer no mercado internacional. Vamos continuar a ampliar a nossa oferta de serviços profissionais, através de parcerias estratégicas e de investigação e desenvolvimento. Continuaremos a evoluir o nosso posicionamento orientado ao negócio dos nossos clientes, onde os vamos ajudar a ganhar a guerra contra a ineficiência: optimização e processos, redução de fraude, gestão de risco, garantia de conformidade, são alguns dos exemplos das frentes de batalha que vamos manter abertas.
Miguel Pina Martins, Miguel Peixoto de Oliveira, Carlos Couto