Como e porque surgiu a Ábaco Consultores em Portugal?
A Ábaco Consultores surge de uma oportunidade do mercado que seis consultores, com bastante experiência no mercado dos ERP’s, detectaram e que uma vez partilhadas as mesmas ideias as colocaram em prática. Sentimos que a generalidade das empresas não estava a explorar bem determinadas áreas e, sobretudo, não estavam a conseguir entregar projectos com qualidade. Sendo assim, decidimos pôr em prática as nossas ideias e criámos a Ábaco Consultores.
Quais são os valores e missão por que se rege?
A Ábaco tem por missão a obtenção do máximo valor para os seus stakeholders, assim, e sendo os clientes a sua razão de existir somos uma empresa de tecnologias de informação vocacionada para a implementação de soluções ERP. Procuramos ser especialistas nos processos do sector de negócio dos nossos clientes, de modo a não sermos um mero implementador técnico. Somos uma empresa que coloca os seus recursos humanos como o seu maior activo e com os quais partilhamos os riscos e oportunidades e os incluímos na cadeia de decisão. Queremos que o mercado nos associe a uma marca de qualidade e fiabilidade.
Há quanto tempo existe o Ábaco Consultores? No seu tempo de existência, o que pode concluir relativamente ao seu funcionamento e à importância que poderá ter junto do sector empresarial português?
A Ábaco surgiu em 2004, e nestes 7 anos confirmámos as nossas ideias originais. Existem empresas com enormes necessidades a nível de sistemas integrados de gestão e precisam de empresas que lhes apresentem uma solução fiável, com referências, localizada internacionalmente e principalmente que entendam o seu negócio e a sua dimensão.
Encontrámos organizações retraídas na sua expansão, porque não tinham um software integrado capaz de monitorizar sectores de negócio distintos ou que estivesse localizada para alguns dos países em que a empresa queria investir.
Pensamos sinceramente, que teremos ajudado algumas empresas a crescerem e a tornarem-se mais competitivas.
Queremos na nossa nova fase de vida, com a internacionalização, ser uma vez mais um factor importante na partilha de risco com os nossos parceiros.
“A única forma do tecido empresarial português evoluir é através da inovação”. Concorda? Existem motivos para nos sentirmos optimistas, com o aparecimento de empresas capazes de ombrear as melhores organizações internacionais?
Penso que a frase se aplica a qualquer país, sem inovação dificilmente se evolui. Portugal é um país que tem matéria-prima suficiente para ter empresas fortes e competitivas num mercado global. No entanto, o esforço de crescimento destas empresas é imenso uma vez que tem um mercado interno de dimensão reduzida. Não é possível ser grande sem olhar para fora do nosso país. A partir do momento em que se dá esse passo, as nossas empresas estão em, quase, igualdade de circunstancias e só têm que conseguir mostrar os seus argumentos.
Há em Portugal capacidade para aumentar os índices de competitividade face à concorrência estrangeira?
Capacidade existe, como já referi, no entanto é preciso saber em que áreas actuar. Alguns gestores nacionais não conseguem ver, por exemplo, as mais-valias de um software de gestão integrado. Esta é “só” uma das ferramentas que permite gerir um negócio em tempo real, podendo reagir a tempo a qualquer mudança no mercado. A competitividade poderá ser alcançada por vários meios, uns mais disponíveis, em Portugal, que outros. Compete aos nossos gestores escolherem as suas armas e partirem para o mercado internacional.
Perante um mercado interno diminuto, a internacionalização é fundamental para a sobrevivência e viabilidade do tecido empresarial português?
Tendo em conta as facilidades de comunicação e deslocação, não diria que é fundamental, mas é o caminho natural para a expansão das nossas organizações.
Obviamente que depende do tipo de negócio, mas o mercado nacional poderá não chegar para que uma empresa consiga ser rentável e sendo assim terá que inevitavelmente encontrar outros mercados, sejam eles geográficos ou áreas de negócio distintas.
A Ábaco Consultores já expandiu para fora de Portugal, nomeadamente, para o Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo). Como surgiu a vossa oportunidade de internacionalização? Há mais planos nesse sentido?
A Ábaco tem explorado alguns sectores onde detém grande know-how como é o caso do sector da engenharia e construção. Já fizemos inúmeras implementações em empresas deste sector e conseguimos facilmente mostrar a um novo cliente o nosso conhecimento do sector. A nossa melhor arma comercial tem sido a mensagem que tem circulado dos nossos casos de sucesso. Essa mensagem chegou ao Brasil e fomos convidados a participar, juntamente com um parceiro local, na implementação SAP de uma empresa de construção e imobiliária situada no Top 15 Brasileiro do sector.
A partir do momento, em que deslocámos uma equipa para São Paulo, as oportunidades foram aparecendo não só a nível local, mas também surgiram contactos de empresas portuguesas com filiais no Brasil. As oportunidades justificaram o estabelecimento de filiais da Ábaco no Brasil, as quais em 2011 deverão representar 30% do nosso volume de negócios.
Não nos restringindo apenas ao vosso core business, mas alargando à generalidade do sector empresarial português, como poderá o nosso país aumentar o seu potencial competitivo? É tudo uma questão de marketing, ou Portugal tem que apostar seriamente na qualidade?
Não sendo os mais caros também não somos os mais baratos, logo nunca poderemos combater mercados como o chinês ou indiano a nível de preços. Esgotada a estratégia de liderança nos custos temos de ir para a diferenciação. Essa diferenciação terá vir de uma aposta clara na qualidade, embora considere que já há um trabalho considerável feito nesta área a nível nacional. Obviamente que a qualidade terá de ser reconhecida num mercado global, daí que o marketing será um aliado importante para a divulgação, promoção e posicionamento dos nossos produtos.
Qual a estratégia de futuro da Ábaco Consultores?
A Ábaco tem neste momento 100 consultores e é uma das maiores consultoras a trabalhar com SAP em Portugal. Pretendemos consolidar esta posição a nível nacional e fazer crescer a nossa empresa no Brasil para que seja também uma das maiores consultoras da América do Sul.
A estratégia terá de ser essencialmente a mesma que foi seguida até aqui:
1. Diferenciação pela qualidade
2. Ter uma política de recrutamento selectiva
3. Manter o alerta em relação a oportunidades em mercados onde faça sentido o nosso posicionamento.
Miguel Peixoto de Oliveira, Carlos Couto, Pedro Penedo