Como e porque surgiu a YDreams?
A YDreams resulta das actividades de um grupo de investigação da Universidade Nova de Lisboa, pioneiro em realidade virtual. Surgiu porque sentíamos que poderíamos ter outro impacto se nos tranformássemo-nos numa empresa global.
Quais são os valores e missão por que se rege?
A YDreams pretende ser uma empresa tecnológica de referência a nível global. Para atingir esse nível, a YDreams segue padrões de elevada qualidade, procurando surpreender num quadro de integridade inquestionável.
Ao fim de uma década de existência, o que pode concluir relativamente ao funcionamento da YDreams e à sua influência junto dos seus associados?
A YDreams desenvolveu mais de 600 projectos em mais de 20 países e vendeu centenas de mihares de jogos em cerca de 50 países. Neste momento está a criar duas novas empresas a a formar “joint ventures” em vários países.
A empresa venceu prestigiosos prémios internacionais e tem sido referida em órgãos como o New York Times, Financial Times, Economist, Business Week e Wired.
A YDreams é hoje uma marca internacional que se afirmará ainda mais nos próximos anos.
Qual a importância que a empresa poderá ter junto do sector empresarial português? (ou que influência já tem)
A YDreams mostra que a investigação universitária pode ser transferida para o mercado. Esperamos mostrar nos próximos anos que empresas como a YDreams podem transformar a economia do país.
Os empresários portugueses são muitas vezes acusados de excessivo conservadorismo. Sente-se uma mudança neste costume? Pode dar exemplos nesse sentido?
Há muitos empresários que arriscam. Conheço melhor os que saíram da Universidade como eu. Os empresários, que criaram empresas como a Alfama, Biotecnol, Critical Software e Multiwave , arriscam claramente.
A única forma do tecido empresarial português evoluir é através da inovação. Concorda? Existem motivos para nos sentirmos optimistas, com o aparecimento de empresas (em especial ao nível das TI) capazes de ombrear as melhores organizações empresariais?
Através da inovação é possível criar empresas que compitam em qualquer mercado. Sem ela nunca teríamos empresas de classe mundial como começamos a ter.
Há em Portugal capacidade para aumentar os índices de competitividade face à concorrência estrangeira?
Há certamente mas a passagem para outra nível exige competências (nas áreas da propriedade intelectual, marketing e vendas nomeadamente) que são limitadas em Portugal mas que se podem contratar no exterior.
Perante um mercado interno diminuto, a internacionalização é fundamental para a sobrevivência e viabilidade do tecido empresarial português?
Sem dúvida.
Um dos aspectos mais referidos para aumentar a riqueza da nossa economia prende-se com a capacidade de exportar produtos e serviços. Que exigências se levantam aos empresários nacionais, de forma a conseguirem resultados visíveis?
As empresas têm que possuír propriedade intelectual e têm que saber desenvolver produtos para serem vendidos em larga escala.
Como surgiu a oportunidade de internacionalização da YDreams? Há mais planos nesse sentido?
Surgiu naturalmente. O plano é vender um dia produtos em mais de cem países.
A YDreams também está presente em Espanha, no Brasil e nos EUA. A internacionalização foi uma aposta calculada (por força do interesse estrangeiro nos vossos serviços) ou antes uma aposta de risco, sem garantias de sucesso?
Apostámos de forma calculada nuns casos e apostámos arriscando noutros. Os escritórios referidos são apenas âncoras porque a experiência nos mostrou que são suficientes. No início apostámos noutros locais que não se revelaram interessantes.
Estará Portugal condenado a perder os seus melhores talentos, que preferem apostar numa carreira internacional? O que deveremos fazer para os conseguir reter?
Esses talentos nunca se perderiam se: fossem treinados para serem empreendedores (e não são); e se houvesse um ecosistema de suporte ao empreendedorismo (que também é limitado). As universidades são essenciais para a mudança necessária.
Não nos restringindo apenas ao vosso core business, mas alargando à generalidade do sector empresarial português, como poderá o nosso país aumentar o seu potencial competitivo? É tudo uma questão de marketing, ou Portugal tem que apostar seriamente na qualidade?
Tem que apostar na novidade com qualidade. E depois tem que aprender a comunicar e vender à escala global.
Este período de crise que passamos pode também ser um momento de oportunidade? Como se posiciona especificamente a YDreams perante esta fase?
Posiciona-se nos mercados que não estão em crise e simultâneamente prepara novas empresas para a retoma.
Qual a estratégia de futuro da YDreams?
A estratégia passa sempre por três fases:
- Execução. A fase actual em que temos que realizar receitas através de vendas de projectos;
- Paciência. Os próximos dois anos em que assistaremos ao lançamento mundial de produtos na área da realidade aumentada.
- Visão. O desenvolvimento, marketing e vendas de produtos revolucionários baseados na interactividade em todo o tipo de superfícies (papel, plástico, vidro, madeira e cortiça) utilizando computação química. A YDreams será líder de computação invisível a nível global com uma valorização superior a mil milhões de Euros.
João Pedro Luís e Rui Gomes, Manuela Medeiros, Bruno Marques