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#82 | JUNHO 2010
ANTÓNIO LEITÃO MARQUES
Director do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Coimbra
"Uma das vantagens que sentimos com a CardioBase é que contribuímos para o próprio desenvolvimento da aplicação, adequando-a o melhor possível à nossa realidade"

A CardioBase é uma nova solução informática que permite gerir todo o processo clínico do doente, desde a admissão até à saída. Que benefícios trouxe especificamente ao Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) a implementação desta solução?
A introdução da CardioBase no CHC foi muito importante para o Serviço de Cardiologia. Antes não havia nenhuma aplicação que unificasse todas as actividades que o serviço tinha. Havia, pelo contrário, bases de dados dispersas, algo empíricas, registando o trabalho parcelar de cada sector, como por exemplo a unidade coronária, a ecocardiografia, a hemodinâmica, etc.
A CardioBase acabou com essa dispersão tornando-se a aplicação que todos os profissionais consultam – médicos, técnicos e enfermeiros – e onde registam os dados clínicos do doentes e os exames realizados, podendo rapidamente ter uma visão integral dos doentes.

Que lacunas este sistema veio preencher exactamente? Pode dar exemplos concretos?
Foram inúmeros os benefícios. Para além de reduzir o consumo de papel e de trazer mais rigor ao processo clínico, veio permitir algo de muito importante que foi conhecer melhor a casuística do serviço, ajudando assim a melhorar a sua gestão. Com o SAM apenas podíamos ter dados gerais e não era possível investigar detalhadamente, por exemplo, o perfil dos doentes internados.

Pode descrever quais são as principais funcionalidades deste sistema?
O sistema tem para nós inúmeras funcionalidades, uma vez que optámos pela versão completa e não apenas por um ou outro módulo. Permite-nos ter o processo clínico do doente desde a sua admissão até à alta e gerir todos os exames complementares.
A funcionalidade do agendamento dos exames é também muito importante e útil, principalmente para as áreas de maior volume.

Para além de permitir registar exames e consultas, emitir receitas electrónicas, atestados médicos e requisições de exames, o CardioBase também dá um contributo importante ao nível da consulta. Em que aspectos? Que tipo de dados é possível gerir no que diz respeito ao agendamento de exames e consultas?
A nível da consulta a utilização da CardioBase tem sido partilhada com o SAM, que era a aplicação que os médicos já usavam anteriormente e onde havia um histórico grande de consultas. A Cardiobase tem servido, fundamentalmente, para a marcação dos exames e para a consulta do processo clínico do doente, sobretudo quando este esteve internado.  
 
E no que diz respeito à actualização de medicamentos e envio dos respectivos dados de facturação, que tipo de facilidades permite?
Quando a CardioBase foi introduzida no CHC já havia, obviamente, outras aplicações a funcionar no hospital, como o SONHO o SAM, o ALERT o PACS etc.
Foi possível ligar a aplicação com as já existentes, no sentido de conseguir uma integração o mais completa possível com a realidade geral do hospital.
No caso concreto da facturação, os actos médicos efectuados aos doentes são introduzidos na CardioBase e depois são transportados para o SONHO onde são facturados.

Como funciona exactamente a interoperabilidade do CardioBase?
A interoperabilidade está centrada sobre o HL 7 e o DICOM. Nos equipamentos com esta norma é possível ir buscar dados automaticamente simplificando alguns processos.

E para o cardiologista propriamente dito, que vantagens traz este novo sistema?
O cardiologista passou a dispor de um instrumento muito importante para a sua actividade diária. Diante do computador consulta todo o processo do doente, vê os exames complementares, não só os específicos da cardiologia como os realizados noutros sectores (imagiologia, análises clínicas) e faz a gestão das altas no caso do doente estar internado.
Se pretende fazer um trabalho de investigação clínica também é possível pesquisar os dados através de um motor próprio que podem depois ser exportados para SPSS, EXCEL e eventualmente outras aplicações.

Qual a sua opinião relativamente à presença de novas tecnologias na saúde em Portugal?
Penso que tem havido avanço nesta área. Lembro-me que quando a informática chegou aos hospitais andávamos sempre à procura de aplicações médicas que nos servissem e que normalmente eram importadas e não se adequavam inteiramente ao que pretendíamos. O desenvolvimento de aplicações por empresas portuguesas é de grande importância e tem já uma qualidade reconhecida internacionalmente.
Uma das vantagens que sentimos com a CardioBase é que contribuímos para o próprio desenvolvimento da aplicação, adequando-a o melhor possível à nossa realidade. E quando temos problemas também é mais fácil resolvê-los.

Biografia
António Leitão Marques é director do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Coimbra (Hospital dos Covões). Licenciado pela Faculdade de Medicina de Coimbra, é médico especialista em Cardiologia, com a subespecialização em cardiologia de intervenção. É também director da Unidade de Intervenção Cardiovascular do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC), presidente da APIC (Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular) e da ONG Cadeia de Esperança – associação médica humanitária com projectos de ajuda em África na área das doenças cardiovasculares.

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