Quantos veículos compõem a frota da Adicional Logistics e quais as suas tipologias?
A Adicional Logistics detém, neste momento, uma frota de cerca de 270 veículos ligeiros de mercadorias a nível nacional, tipicamente Citroen Berlingo, Renault Kangoo e Opel Combo, para realizar as entregas domiciliárias. O transporte inter-centros, através de rotas nocturnas, é efectuado com veículos pesados detidos por fornecedores subcontratados. Adicionalmente, a frota para a área de negócio de Trade Marketing é composta por cerca de 22 viaturas, maioritariamente Renault Master.
Que modalidade de negócio adoptaram?
O modelo de distribuição domiciliária da Adicional assenta na figura do distribuidor como prestador de serviços e não como recurso interno da empresa. Este é remunerado através de um modelo puramente variável em função das entregas efectuadas num dado mês e na localização das mesmas, promovendo a maximização da produção de cada um. Os veículos são recursos próprios dos distribuidores, não pertencendo, por isso, directamente à frota da Adicional. A empresa negoceia e adquire os bens necessários à prestação de serviços por exemplo, combustível, comunicações , beneficiando o distribuidor de acordos globais, cujos consumos incorridos são descontados na comissão respectiva.
Cada distribuidor tem uma zona geográfica associada e equipamento integrado com os sistemas de informação da empresa, para além de telemóvel, terminal Multibanco e Mobifoto.
Tendo em conta o vosso core business a actuar no sector logístico, do transporte e distribuição de encomendas ao domicílio como é entendida a gestão de frotas na estrutura da Adicional Logistics?
Sendo uma frota tipicamente gerida de forma individual pelos distribuidores, a Adicional monitoriza continuamente o estado e a disponibilidade das viaturas e apoia cada distribuidor na optimização da sua gestão individual. A área de Gestão de Tráfego, em cada centro da Adicional, é fulcral nesse acompanhamento diário dos distribuidores.
Sendo um modelo baseado na prestação de serviços, o foco da Adicional consiste no controlo do nível de serviço acordado com cada cliente. Ao não ter pré-estabelecida uma rota fixa, o distribuidor é livre para definir a sua rota diária, desde que assegure o nível de serviço acordado por exemplo, agendamentos numa franja horária de 2 horas; entregas antes das 13 horas. Através dos sistemas de informação da empresa, a Adicional está em contínua comunicação com o distribuidor, o que permite monitorizar a sua performance.
O desenvolvimento permanente de soluções e ferramentas de monitorização e gestão integrada para a gestão de frota tornou-as num instrumento essencial à tarefa de expedição de mercadorias?
A investigação que tem vindo a ser desenvolvida pela Adicional Logistics tem como objectivo uma melhor gestão e racionalização dos recursos da empresa a nível ibérico. Actualmente, a Adicional Logistics trabalha com as mais avançadas tecnologias de informação e comunicação. Desenvolveu com a Sinfic, referência sólida do mercado de IT, uma plataforma de informação avançada desenhada à medida. Esta plataforma comunica com os terminais de validação remota GPRS nas viaturas dos distribuidores, permitindo a actualização do status das encomendas em tempo real e ultrapassar dificuldades de entrega em tempo útil. O terminal é também um instrumento de informação e contacto ao distribuidor sobre as especificidades das entregas de cada cliente. O nosso cliente tem acesso a toda a informação no site da Adicional Logistics, numa área reservada: relatórios, track&trace, agendamentos, informação sobre distribuidores, entre outros.
A Adicional Logistics foi pioneira com a introdução, há dois anos, de terminais Multibanco para cobrança em casa do cliente. A aposta na modernização e em tecnologia é um dos principais eixos da Adicional e, no momento, estamos a desenvolver a georeferenciação para optimização de rotas.
A internacionalização da empresa trouxe desafios acrescidos à gestão de frota?
Ajudar os nossos clientes a exportar e vender fora do país sempre foi um dos objectivos da Adicional Logistics. Neste sentido, temos estado a reforçar de forma contínua a presença da nossa marca em Espanha. Neste país, as entregas ainda são maioritariamente de b2b, fruto da herança em termos de posicionamento das empresas adquiridas e, por isso, a sua complexidade é menor na medida em que existem rotas fixas. Assim, a transição tem sido mais suave. Contudo, os sistemas de informação e de gestão estão totalmente integrados. O território é ibérico, não havendo distinção entre Portugal e Espanha, mesmo o preço dos serviços é um preço único ibérico.
Representando o consumo de combustível uma percentagem considerável do Total Cost of Ownership (TCO) de um veículo, torna-se imprescindível a um gestor de frota apostar na formação em práticas de eco-condução? A esta gestão tem que estar subjacente uma consciência económica e ambiental?
A prática de eco-condução não está apenas relacionada com o consumo de combustível, mas também com o desgaste do camião de transporte de mercadorias. A TCO é um importante factor e que, sem dúvida, está intrinsecamente ligado com uma gestão mais positiva em termos ambientais. Na Adicional Logistics preocupamo-nos em transmitir a mensagem aos nossos colaboradores de que é importante ter como base empresarial um crescimento sustentável.
Os nossos distribuidores, enquanto entidades prestadoras de serviços, são independentes na gestão que fazem da sua actividade, mas formá-los para perceberem quais as melhores técnicas de condução, que oferecem maior segurança e melhores consumos, protegendo assim o ambiente, pode ser bastante interessante.
Na sua opinião, que soluções podem ser equacionadas com vista ao desenvolvimento de uma rede de transporte de mercadorias sustentável? Entre as opções de frota ditas mais amigas do ambiente, quais aquelas que identifica como verdadeiras alternativas?
Nos últimos tempos, temos assistido a um conjunto de alternativas muito vasto na nossa sociedade: diesel, GPL, híbridos e começam agora a aparecer os veículos eléctricos. Neste momento, estamos à procura de parceiros para um piloto na utilização de veículos eléctricos. Contudo, as alternativas no mercado de automóveis ligeiros de trabalho ainda estão a ser lançadas.
A crise económica que se tem sentido tem originado uma gestão mais eficiente da frota e, consequentemente, do negócio? Acredita que os desafios a este nível serão cada vez mais exigentes?
A gestão eficiente da frota não é, e não pode ser, a nosso ver, apenas devido à crise económica em Portugal. A gestão eficiente da frota serve, sobretudo, para poupar o ambiente, que tem vindo a ser constantemente atacado nos últimos anos. Os desafios têm vindo a ser cada vez mais exigentes neste âmbito, ou seja, pretende-se melhores resultados com recursos cada vez menores, o que nos obriga a superarmo-nos.